UM DOS COVEIROS DISSE QUE ATÉ O NÚMERO DA SEPULTURA ESTAVA ERRADO
“Eu vivo a base de calmante. Desde que comunicaram a morte, estou sem comer, só tomo café”, diz desesperada a mãe do presidiário.
O homem estava preso havia três meses na Penitenciária de Balbinos, na região de Marília (SP). A família mantinha contatos frequentes com ele por meio de cartas. Mas foi a última correspondência que intrigou a todos.
“Não veio nada escrito. No remetente estava o nome ‘companheiros’ e não o do meu tio”, relata uma sobrinha. Preocupados, os familiares entraram em contato com a penitenciária. Depois de muita insistência descobriram que o preso estava morto e já havia sido enterrado.
A informação foi passada por um dos funcionários do local.
“Ele disse que meu tio ficou internado no Hospital Pirajuí. Nós entramos em contato e falaram que ele havia sido internado no dia 9 e faleceu no dia 14 de junho. Então, voltamos a procurar a penitenciária para saber onde estava o corpo. Falaram que provavelmente havia sido enterrado e que era para procuramos a assistência social para saber o que realmente tinha acontecido”, conta a sobrinha.
A família decidiu ir até a cidade de Balbinos (SP), onde conseguiu uma cópia da certidão de óbito. No documento, consta que o preso não deixou parentes. Os familiares foram também ao cemitério em que o preso foi enterrado e gravaram conversas com os coveiros do local. Para os parentes, tudo foi feito de forma negligente.
“Um dos coveiros disse que até o número da sepultura estava errado. Então eles mostraram onde o corpo estava e disseram que a funerária chegou e falou ‘enterra antes que a família chegue’. Os coveiros questionaram se ninguém iria acompanhar, mas a ordem foi repetida”, lembra a sobrinha do preso.
A Secretária de Administração Penitenciária informou que, nos registros, não tinha telefone dos parentes do preso para avisar o que estava acontecendo e que por isso eles teriam ligado para a Delegacia Seccional de Araras para que alguém entrasse em contato com a família.
O delegado seccional de Araras desmente a versão. Ele afirmou que não houve nenhuma ligação relacionada a este caso. O delegado disse ainda que já pediu informações à Secretaria sobre o horário do telefonema e o nome do funcionário que teria atendido a ligação.
O dono da funerária informou que apenas cumpre o contrato com a Prefeitura, que é de deixar o corpo no cemitério para ser enterrado. A família tenta agora a transferência imediata do corpo dele para Araras
Fonte: Portal de Paulina
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